Cruzamentos

sábado, outubro 24, 2020

Notícias: «E o resto...» no Atelier de Lisboa

 

Rodrigo Cardoso (1973), Colosso, s.l., Edição do Autor, 2019, 42 pp.




Inicia-se no próximo mês de Novembro, sempre às Quartas-Feiras, entre as 19 e 21 horas, o curso E o Resto... no Atelier de Lisboa. O curso tem o seu centro na relação entre o paisagismo e a fotografia, mas, mais do que uma história do paisagismo, procura interrogar a construção da natureza como paisagem pela arte de tradição europeia. O mundo, o sujeito, a experiência, a imagem.

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sábado, maio 02, 2020

Louise Bourgeois e outras notícias

Louise Bourgeois, The Nest, 1994; collection SFMOMA


O MoMA disponibiliza, online e gratuitamente, o catálogo da primeira exposição retrospectiva da obra de Louise Bourgeois (1911-2010), bem como muitos outros materiais.

O Museu de Serralves está a seleccionar, diariamente, uma das obras da sua importante colecção. O Museu Nacional Soares dos Reis colocou online um vídeo onde dá a conhecer algumas das obras que alberga.

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quinta-feira, dezembro 12, 2019

Algum fim para a arte

Revista G, nº 1, Julho, 1923. Revista editada em Berlim, por Hans Richter, entre 1923 e 1926.



No pdf do número 1 da revista G oferecido pelo site Monoskop pode ler-se, em tradução inglesa, o texto de El Lissitzky sobre o espaço Proun que apresentara no Grosse Berliner Kunstausstelung (1923). Clique na imagem em baixo para a aumentar.

Um vasto conjunto de textos sobre arte é acessível através de Art-Theory.

Muito material também no site da 391. Como o manifesto de Tzara de 1918, com tradução em português num blog.

Parece que é Natal.



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sábado, novembro 23, 2019

Atonalidade e Abstracção: Discografia




Johann Sebastian Bach (1685-1750)
Variações Goldberg: Aria (BWV 988).
Glenn Gould (piano), gravado em 1955 nos estúdios da editora Columbia.
Obra tonal.

Arnold Schoenberg (1874-1951)
Concerto para Piano, op. 42 (1942): 2º andamento.
Rafael Kubelik dir. a Orquestra Filarmónica da Rádio da Baviera. Alfred Brendel (piano).
Obra plenamente serialista (dodecafónica), método atonal já definido nas Peças para Piano, op. 23, de 1923.

Richard Wagner (1813-1883)
Tristan und Isolde (1857-59): acto 1, abertura.
Rafael Kubelik dir. a Orquestra Filarmónica de Berlim.
Uma tonalidade alargada, complexa, afastando-se da harmonia tonal tradicional, usando acordes dissonantes e adiando resoluções tonais.

Bernard Herrmann (1911-1975)
Vertigo: Scène d'Amour (1958)
Muir Mathieson dir. The MGM Studio Orchestra
Wagnerianismo e simulacro.

Claude Debussy (1862-1918)
La Flûte de Pan (Syrinx) (1913)
Philippe Bernold (flauta), Irène Jacob (recitante).
A ultrapassagem da tonalidade pelo modalismo antigo. Primitivismo.

Igor Stravinsky (1882-1971)
Le Sacre du Printemps (1913, vs. 1947).
Pierre Boulez dir. a Orquestra de Cleveland.
Modalismo, "folclore" eslavo, politonalidade. Primitivismo.

Anton Webern (1883-1945)
Seis Bagatelas para Quarteto de Cordas (1911-13), op. 9: primeira bagatela,
Juilliard String Quartet, gravado em Nova Iorque, 1970.
Entre as primeiras 13 notas, 12 são diferentes, num anúncio precoce do método dodecafónico. A importância do silêncio. A brevidade.
No prefácio para a edição da op. 9, escreve Schoenberg: "Estas peças (...) só serão compreendidas por aqueles que acreditam que pelo som só se pode exprimir aquilo que só pelo som se pode dizer" (citado nas notas da edição discográfica  Webern - Das Gesamtwerk - Opp 1-31, Sony S3K 45845, p. 24, p. 66). Uma espécie de música pura, como puros serão a pintura de Malevitch ou o cinema de Dziga Vertov. Origem e finalidade no medium. E uma questão de uma arte em especial: já Duchamp, o Marcel, trocará a espécie pelo género, a interrogação da pintura pela interrogação da arte em geral.

Anton Webern (1883-1945)
Cinco Peças para Orquestra, op. 10 (1913).
Pierre Boulez dir. a Orquestra Sinfónica de Londres, gravado em Londres, 1969.
O início da primeira peça é um exemplo classico da klangfarbenmelodie, ou seja, da divisão de uma melodia por uma pluralidade de instrumentos e, portanto, por timbres diferentes.

Anton Webern (1883-1945)
Sinfonia, op. 21 (1928)
Pierre Boulez dir. a Orquestra Sinfónica de Londres, gravado em Londres, 1969.
Obra plenamente dodecafónica.

Pierre Boulez (1925-2016)
Structures Pour Deux Pianos - Premier Livre (1952).
Alphons Kontarsky, Alois Kontarsky.
Serialismo integral, ou seja, a não repetição não se aplica apenas à altura do som, mas também a outros parâmetros (duração, intensidade, ataque).

Olivier Messiaen (1908-1992)
Anatol Ugorsky (piano).
Catalogue d'Oiseaux (1956-58): Calhandrilha Comum.
Representa uma exploração da atonalidade alternativa ao serialismo.
De alguma maneira, a utilização do canto dos pássaros na obra de Messiaen transforma o som nas doze notas da tradição ocidental - traduz, transubstancia. Desterritorializa, e é, para utilizar outro conceito deleuziano, um devenir animal.
O católico Messiaen, organista da igreja da Sainte-Trinité, talvez lide assim com aquilo que aparece como arbitrariedade e a procure reconduzir à natureza, obra do Criador.
Numa entrevista radiofónica de 1958, diz Messiaen: "Foi num espírito de desconfiança, uma vez que pertenço à espécie humana, que tomei o canto dos pássaros como modelo (...). Apesar da minha profunda admiração pelo folclore do mundo, não acredito que se possa encontrar em nenhuma música humana, por mais inspirada, melodias e ritmos que possuam a soberana liberdade do canto dos pássaros" (cit. nas notas da edição discográfica Olivier Messiaen, Catalogue d'Oiseaux - La Fauvette des Jardins, Deutsche Grammophon 439 214-2, p.7).

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segunda-feira, outubro 28, 2019

Auto-Re-Presentação

Alfred Hitchcock (1899-1980), North by Nortwest, 1959, "cameo" no fim do genérico inicial.


Segunda-Feira dia 11 de Novembro de 2019, abre, na Hélice, o curso Auto-Re-Presentação: Fotografia, Retrato e Auto-representação. Entre as 20 e as 22 horas. 6 sessões.

"Auto" de autor e de automático. "Re" de intermediário, de substituto e de múltiplo. "Presentação" de presença, de apresentação e de temporalidade. Pensar o retrato, a fotografia, a imagem (com e sem movimento).

O retrato será o fio condutor do caminho a traçar pela arte do século XX: a partir da interrogação de auto-representações como auto-retratos, interrogar-se-ão a identidade, a autoria, os contextos (institucionais, sociais, políticos, económicos, sexuais) da obra de arte, a representação, a auto-referencialidade, o corpo e o rosto, as circulações entre imagens e objectos, entre imagem e experiência vivida.

🎼🎬🎨

Entretanto, neste ano lectivo de 2019/2020, os Cruzamentos têm tido a sua casa no Atelier de Lisboa.

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quarta-feira, outubro 16, 2019

Norman McLaren

Norman McLaren (1914-1987), Dots, 1940


Born in Sterling, Scotland in 1914, he studied at the Glasgow School of Art. At the age of 19 he became interested in cinematic abstraction, devoting all his spare time to film-making and organising film showings for a newly formed art school cine club. This gave him the opportunity to make his first live-action film Seven Till Fit’e, showing an art school day. The film proved a success making it easier for him to attract the backing he needed for a more ambitious production Camera Makes Whoopee, showing preparations for a student ball, in which he exploited all the known camera tricks together with many complex optical effects. Colour Cocktail shot on Dufaycolor marked his first real full-length abstract short.
Lack of money made him beg a worn-out 35 mm commercial print, he removed the emulsion and painted directly on to the clear celluloid with brush and coloured inks. On projection, the richly coloured abstract pat-terns took on a lively and fascinating new lease of life. It was McLarcn’s introduction to the ‘cameraless’ technique! The film was aptly titled Hand-Painted Abstraction.
(...)
He began at the GPO Film Unit in late 1936, as an apprentice serving alongside Cavalcanti and Evelyn Cherry. He was with the group until 1939, rubbing shoulders with Benjamin Britten, W.H. Auden and more significantly, Len Lye. Although he never actually worked with Lye they had much in common, they ran their colours and their hand-drawn cameraless animation the length of a strip of movie film, Lye with Colour Box and Trade Tattoo, McLaren in his publicity fantasy Love On The Wing.

(...)

He directed his last British film, part animated part live-action, titled The Obedient Flame for the London Film Centre before moving to New York in 1939, where he made a short movie Christmas Card for NBC Television.
A period of development took place between l939 and 1941 during his lean years when working independently, and for the Museum of Non-Objective Art in New York, who commissioned five 200 foot camera-less films, these were Dots, Loops, Scherzo, Stars and Stripes and Boogie Doodle. The sound was drawn directly onto the sound track area of the first three, one without pictures, the others with hand-drawn visuals.
In 1940, in collaboration with May Ellen Bute he helped animate a semi-abstract Dance Macabre to Saint Saens music.

Norman McLaren drawing on film.
Towards the end of 1941 John Grierson invited him to join the newly founded National Film Board of Canada where he produced five short colour films, once again cameraless, direct drawing-on-film with scenes occasionally superimposed on multiplane backgrounds, and colour added at the very last moment. All made in support of the war effort, Hen Hop has special significance because its central character became a McLaren trade mark.

Ken Clark, "Tribute to Norman McLaren",  Animator Mag, #19, Summer 1987.

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segunda-feira, fevereiro 19, 2018

Sombras e Outras Histórias - das Artes

F. W. Murnau (188-1931),  Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922


As sombras regressam e vão construir percursos pela História da Arte: das origens da imagem mimética à fotografia, com e sem movimento, com e sem estatuto artístico.

Em quatro sessões de duas horas, na Hélice - uma escola de fotógrafos que usam a fotografia.

Às Segundas-feiras, a partir de hoje, entre as 19 e as 21 horas.

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segunda-feira, outubro 10, 2016

Cruzamentos: o regresso - em nova escola

Robert Delaunay (1885-1941), Torre Eiffel, c.1910, óleo sobre tela, 20 cm x 16 cm. Solomon Guggenheim Museum 


O curso “Cruzamentos” dedica-se, exclusivamente, à arte do século XX. O que não é, em absoluto, verdadeiro, porque começaremos por procurar no século anterior, o XIX, o início de transformações, patentes em objectos, imagens, acções e em construções teóricas, que manifestam uma reorganização de elementos já equacionados pela tradição bem como a introdução de outros, novos. E o século XXI é a meta e o ponto de vista teórico do curso: é a partir daqui que se olha, que se pensa, que se nomeia, que se problematiza.
Na presente (futura…) versão para a Hélice, o curso desenvolver-se-à em módulos temáticos  independentes. Começaremos por tomar como divisa a afirmação de Marx e Engels no Manifesto Comunista de 1848: “tudo o que é sólido se desfaz no ar”, seguindo a tradução inglesa de 1888 – divisa que nos levará da Torre Eiffel a uma primeira incursão pela escultura construtivista.

A partir de Março de 2017
Local: Hélice / Hangar

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terça-feira, abril 12, 2016



O blog activo nos últimos tempos tem sido A Arte Moderna. Procurem-se aí, por agora, as novidades.

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segunda-feira, abril 28, 2014

ÚLTIMA HORA: Cruzamentos multimédia.

Hoje, em Lisboa, na Rua de Santiago, depois da pintura de Mondrian e da escultura de Brancusi, vai haver cinema abstracto. Se o tempo (não a metereologia, mas as duas horas semanais a que fomos reduzidos) o permitir, também vamos procurar estabelecer ligações entre a música atonal e a arte abstracta.

Sessão aberta e gratuita.

Procurem-se materiais de apoio no blog, com a ajuda das etiquetas pertinentes.

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segunda-feira, abril 07, 2014

Hoje há cinema nos Cruzamentos

Abel Gance (1889 - 1981), La Folie du Docteur Tube, França, 1915

A partir das 21 horas, há cinema no ar.co. Como já é costume, estão todos convidados, inscritos ou não, alunos do ar.co e os outros todos. Na Rua de Santiago nº 18.

Consultem a etiqueta "Cinema" e, sobretudo, a entrada de 21 de Março de 2011 deste blog.

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terça-feira, março 25, 2014

Histórias de sombras

Arthur Robinson, Schatten – Eine Nächtliche HalluzinationAlemanha, 1923

Histórias de sombras, como aquela da inominada filha de Butades, que, na ansiedade da perda daquele que amava, lhe contornará a sombra com uma linha, enquanto ele dormia, antes da partida: segundo Plínio, dava origem à pintura e ao retrato.

Que cor tem a sombra - faz sentido perguntar? Remete-nos para a ausência ou para a presença, para o escuro ou para a luz?

Para conversar, em Mart, no  2º andar do nº12 da Rua Rosa Araújo, em Lisboa, a partir das 18 horas da próxima 5ª Feira, dia 27.

[Quanto à história da jovem filha do oleiro, cujo nome Plínio não lembra (como Hitchcock deixa sem nome a também retratista segunda Senhora de Winter, em Rebecca (1940), seguindo a novela de Daphne du Maurier), sou obrigado a confessar que nada me permitia afirmar que a jovem circunscreveu a sombra do rosto do namorado quando este dormia. Mas, gosto de me deixar levar pela inexactidão quando se trata da filha de Butades. O que revelei com o meu lapso: uma acrescida carga erótica?]

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segunda-feira, fevereiro 24, 2014


Claes Oldenburg (1929), Scissors Obelisk Monument, 1967


Os "Cruzamentos" regressam - mas ATENÇÃO: amputados de mais de metade da sua carga horária. Muito material, até agora, apresentado e discutido irá desaparecer desta versão amputada: o quê e como se verá ao longo do presente semestre e, hoje mesmo, se começará a debater. A aula de hoje, dadas as circunstâncias, deverá incluir o início da exposição da matéria teórica do curso, não se limitando, ao contrário do que tem vindo a ser tradição, à apresentação dos intervenientes.

Na Rua de Santiago, nº 18, em Lisboa, de 24 de Fevereiro a 16 Junho, Segundas, entre as 21 e as 23 horas: 30 horas, 50 créditos.

Consultem-se as etiquetas "Semestre" e "Bibliografias". Como é habitual, também se recomendam as visitas regulares a este "blog", ao do curso "A Arte Moderna" e ao Centro de Documentação do Ar.Co, em Almada.

A maneira mais segura de me contactarem parece-me ser através dos comentários do "blog": se não quiserem ver a mensagem publicada, explicitem-no ao deixarem-na na caixa de comentários. Também poderão usar a morada de correio-electrónico otipodahistoria@yahoo.com.br - mas não posso garantir a segurança. sobretudo depois das últimas alterações de política de privacidade da Yahoo. A minha resposta é garantida, mas, em ambos os casos, seguramente lenta. 

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quarta-feira, maio 22, 2013

Aleksandr Medvedkin (1900-1989), fotograma de Schastye (Felicidade), U.R.S.S., 1935

Mais uma sessão de cinema no Ar.Co: hoje, a partir das 21 horas, no Salão do nº 18 da Rua de Santiago. Sessão aberta a todos os interessados. Na aula de hoje, o cinema partilhará o tempo com a arquitectura e na próxima aula partilhá-lo-á (provavelmente) com a música.

O que nos continua a interessar é a interrogação dos mecanismos que fazem "arte", bem como a exploração de processos aleatórios, o interesse por métodos e materiais exteriores à tradição das Belas Artes, a atenção às condições psicológicas de criação e recepção da obra, o interesse pelos materiais enquanto matéria. São percursos que temos percorrido orientando-nos por Marcel Duchamp, os vários movimentos Dada, Tatlin e os construtivistas, o De Stijl e os Surrealismos de Breton e Bataille.

Explorem as etiquetas que acompanham o presente "post" para acederem a mais informação no "blog".

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domingo, abril 14, 2013


Igor Stravinsky (1882-1971), Le sacre du printemps, Berlin, Edition Russe de Musique, 1921. Penn Libraries, Leopold Stokowski Collection of Scores, Ms. Coll. 350, Box 197. Partitura anotada pelo maestro Leopold Stokowski (1882-1977) 

Música no Ar.Co, Segunda-Feira, 15 de Abril, a partir das 21 horas, no Salão da Rua de Santiago, nº 18, em Lisboa. Chamo, uma vez mais, a atenção para a importância desta aula, onde nos familiarizaremos com os conceitos básicos da teoria musical.

O último "post" sobre o assunto (2012) poderá servir de entrada para o conjunto de informações sobre música neste "blog". Particularmente importante, será o PDF "Abstracção e Dodecafonismo", no Google Documents.

Question : Que pense Nietzsche par rapport à Wagner?

Gilles Deleuze: (...) Qu’est-ce que dit Nietzsche contre Wagner? Il dit que c’est de la musique aquatique, que ce n’est pas dansant du tout, que tout ça n’est pas de la musique mais de la morale, il dit que c’est plein de personnages: Lohengrin, Parsifal, et que ces personnages sont insupportables. Qu’est-ce qu’il veut dire presque implicitement? Il y a une certaine manière de concevoir le plan où vous trouverez toujours des formes en train de se développer, aussi riche que soit ce développement, et des sujets en train de se former. Si je reviens à la musique, je dis que Wagner renouvelle complètement le domaine des formes musicales, si renouvelé qu’il soit, il reste un certain thème du développement de la forme. Boulez a été un des premiers à souligner la prolifération de la forme, c’est par là qu’il fait honneur à Wagner, un mode de développement continu de la forme, ce qui est nouveau par rapport à avant, mais si nouveau que soit le mode de développement, il en reste un développement de la forme sonore. D[é]s lors, il y a nécessairement le corrélat, à savoir: le corrélat du développement de la forme sonore, c’est la formation du sujet. Lohengrin, Parsifal, les personnages wagnériens, c’est les personnages de l’apprentissage, c’est le fameux thème allemand de la formation. Il y a encore quelque chose de goethéen dans Wagner. Le plan d’organisation est défini par les deux coordonnées de développement de la forme sonore et de formation du sujet musical.

Cette disparition d’un apprentissage ou d’une éducation au profit d’un étalement des heccéités. Je crois que Nietzsche fait ça dans ses écritures. Quand il dit que la musique de Bizet c’est bien mieux que Wagner, il veut dire que dans la musique de Bizet, il y a quelque chose qui pointe et qui sera bien mieux réussi par Ravel ensuite, et ce quelque chose, c’est la libération des vitesses et des lenteurs musicales, c’est-à-dire ce qu’on appelait à la suite de Boulez la découverte d’un temps non pulsé, par opposition au temps pulsé du développement de la forme et de la formation du sujet. Un temps flottant, une ligne flottante.

(...)

Claire Parnet: On peut supposer que les devenirs les plus déterritorialisés sont toujours opérés par la voix. Berio.

Gilles Deleuze: Le cas Berio est très étonnant. Ça reviendrait à dire que le virtuose disparaît lorsque Richard invoque l’évolution machinique de la musique, et que, dès lors, le problème du devenir musical est beaucoup plus un problème de devenir moléculaire. On voit très bien que, au niveau de la musique électronique, ou de la musique de synthétiseur, le personnage du virtuose est, d’une certaine manière, dépossédé; ça n’empêche pas que dans une musique aussi moderne, celle de Berio, qui utilise tous ces procédés, il y a maintien des virtuoses et maintien d’une virtuosité vocale.

Richard Pinhas: Ça m’apparaît sous la forme d’une persistance d’un code, un code archaïque; ça rentre comme un élément dans la composition innovatrice de Berio. Il fait subir quand même un drôle de traitement à cette voix.

Gilles Deleuze: Je te donnerais raison parce que Berio insère toutes sortes de ritournelles. (...) La ritournelle c’est la territorialisation sonore par opposition à la musique en tant que musique qui est le processus, le procès de déterritorialisation. Or, de même qu’il y a des devenirs femme, des devenirs enfant, des devenirs animaux, il y a des devenirs peuples: c’est l’importance, dans la musique, de tous les thèmes folkloriques.

Gilles Deleuze (1925-1995), Cours Vincennes: sur la musique - 08/03/1977 (com tradução castelhana)

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