Cruzamentos

quarta-feira, abril 15, 2009

Abstracção, movimento, música, máquina: cinema


László Moholy-Nagy (1895-1946), Ein Lichtspiel. Schwarz-Weiss-Grau, 1930.

O cinema foi entendido, por vários criadores do primeiro quarto do século passado, como a possibilidade de realizar imagens em movimento com um valor inerente, isto é, que não estivessem ao serviço de uma narrativa. Imagens luminosas no plano da tela, do ecrã, movendo-se ritmicamente, registando, ou não, fragmentos da realidade pré-existente, reconhecíveis, ou não, de origem fotográfica - ou não. O cinema oferecia uma espécie de pintura em movimento, com elementos formais facilmente integráveis na tradição pictórica modernista (a bidimensionalidade da tela, a primazia dos valores luminosos, mas, também, as fragmentações, em sequência, através da montagem, e no plano, bem como uma visão mecânica e nova). Uma pintura que mexe é uma pintura com ritmo. Uma pintura com princípio, meio e fim é uma pintura com uma duração pré-determinada. Uma pintura rítmica que começa e acaba independentemente do nosso olhar é uma espécie de música.

Hoje, no sótão do Ar.Co, em Lisboa, a partir das 21 horas. Mais informação nas entradas anteriores dedicadas ao tema, sobretudo em "Abstracção e cinema: pintura em movimento, música visual" (2007) e "Modernismos e cinema 2" (2008).

O texto de Christine Noll Brinckmann, "Collective Movements and Solitary Thrusts: German Experimental Film 1920-1990", Millenium Film Journal, No. 30/31, Fall 1997, é mais um elemento a juntar à nossa bibliografia sobre o assunto.

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