Cruzamentos

quarta-feira, abril 30, 2008

Malevich, o arquitecto Häring, o museu e os herdeiros

Kazimir Malevich (1878 - 1935), Realismo Pictórico de um Jogador de Futebol, 1915, óleo sobre tela, 70 x 44 cm. Colecção Herdeiros de Malevich


Settlement regarding the Malevich collection
24.04.08
Longstanding dispute between the City of Amsterdam and the Heirs of Malevich concerning the Malevich collection that has been in the Stedelijk Museum since 1958 has been finally resolved.
When the Stedelijk Museum exhibited fourteen works of Malevich in the United States of America in 2003-2004, the Heirs of Malevich claimed ownership of them before a United States Court. The amicable settlement that has been reached concerns not only the fourteen works that were the subject of the US action, but covers the entire group of Malevich works in the City’s collection. Pursuant to the settlement, the artist’s descendants will receive five important paintings from the City’s collection, the remaining works in the collection will remain with the City, and the Heirs’ U.S. action will be permanently withdrawn.

Click here for the five paintings>>

This will end the longstanding dispute between the City and the Heirs that began in the 1990’s after the fall of the Iron Curtain. The City has always held the view that it acquired the collection properly and honorably in 1958. The Heirs contest this; in their view the selling party, Dr. H. Häring, had no right and was not entitled to sell the artist’s works.

In reaching this historic settlement, the City and the Heirs strived for a resolution that honors the selection by Malevich himself of the artworks, preserves the collection as his remaining legacy, acknowledges the historical developments and circumstances that prevented Malevich from returning to Berlin and to his artworks after he was called back to the Soviet Union in 1927, and respects and acknowledges the legacy of the Heirs.

The City and the Heirs agree that the amicable settlement achieves these objectives and settles all questions as to the title to the collection. The City acknowledges that the Heirs have title to the five paintings being transferred to them, and the Heirs acknowledge that the City has title to the works in the collection remaining with the City. The City has given these works on a long term loan to the Stedelijk Museum Amsterdam.

The Mayor of Amsterdam, Job Cohen, said of the settlement: “The Museum works remaining with the City will continue to be open to the general public and available for research as an ensemble through its presence in the Stedelijk Museum Amsterdam. The role of Malevich as a pioneer of modern and contemporary art is optimally visible in the context of the collection of modern art of the Stedelijk Museum Amsterdam. Therefore, as of December 2009, the artworks of Malevich will be given a place of honour in the reopened Stedelijk Museum Amsterdam.”

The Heirs, commenting on the settlement through a spokesperson, said: “It is a tribute to all of the parties that we were able to find a fair solution to such a complicated problem. The Malevich family is gratified that this matter has been resolved in a way that acknowledges Malevich’s legacy and his contributions to the history of 20th century art, keeps a representative portion of the collection together on public display for all to see and cherish, and provides us with a representative group of five noteworthy works by our noted ancestor.”


Quanto ao acordo do MoMA, poderá consultar-se este curto artigo da revista Art in America que explica as circunstâncias em que cerca de 70 quadros de Malevich foram confiados ao arquitecto alemão Hugo Häring.

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quarta-feira, abril 23, 2008

Tonal - Atonal: material de apoio

A "Aria" das "Variações Goldberg" a ser lida pelo programa informático BACH

A tonalidade, como sistema hierárquico, pode ser melhor compreendida analisando a escrita musical.

Um exemplo que tem sido usado pelos Cruzamentos: a "Aria" introdutória das "Variações Goldberg" (1741), de J. S. Bach (1685-1750) - pode seguir-se a partitura (é necessário clicar em "score" e, depois, em "Aria"), graças ao "BACH" (BinAural Collaborative Hypertext), um "software" que permite associar partituras com material sonoro (uma gravação mp3, por exemplo) e comentários escritos, tudo isto na net. Está aberto a qualquer utilizador, seja como "espectador" da análise, seja como criador de uma leitura analítica.

Outras obras musicais se poderão encontrar na "biblioteca" do BACH.

A San Francisco Symphony oferece, através do programa (televisivo) Keeping Score, uma análise da Sagração da Primavera (1913), de Igor Stravinsky (1882-1971). É possível seguir trechos da partitura, ouvir o comentário do maestro titular ("music director"), Michael Tilson Thomas, e aprofundar alguns dos assuntos (clicar em "Explore The Score"). A Sagração é uma obra que se expande para lá dos limites da tonalidade, recorrendo à tradição popular eslava e à politonalidade. Um escândalo célebre (clicar em "A Riotous Premiere").

Keeping Score oferece outras obras: a Sinfonia Nº 3 em Mi Bemol Maior (1804), de Beethoven (1770-1827), e uma panorâmica sobre a obra do compositor norte-americano Aaron Copland (1900-1990).



Recriação da Sagração da Primavera na versão original de 1913

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quarta-feira, abril 16, 2008

Música e modernismos 1: atonalidade e abstracção

Anton Webern (1883-1945), Piano Variations, Op 27, 1936

Os Cruzamentos passam, hoje, uma selecção musical que pretende dar a conhecer a atonalidade: o que é tonal - o que é maior e menor? O que é atonal? Explora-se, a seguir, uma proposta de ligação entre a atonalidade musical e a não-figuração.

Sugere-se a consulta de entradas anteriores:

  • Abstracção e Tonalidade: os Conceitos - para compreender o vocabulário e enquadrar teoricamente o tema.

  • "Abstracção" e Atonalidade: Discografia (Utilizada) - que permite conhecer algumas obras exemplares, segundo um programa semelhante ao que será hoje apresentado. Oferece acesso "online" a algumas das obras, .

  • Os Cruzamentos, Hoje, Dão(-vos) Música - fornece material sobre a relação entre o músico Arnold Schönberg e o pintor Wassily Kandinsky.

  • Show Time - é uma entrada "miscelânea", que, para o que agora nos interessa, oferece links para explorar o conceito e a prática da tonalidade.

  • Música Abstracta: Hoje, no Ar.Co - fazia o ponto da situação, em 2007, quanto ao tema, neste "blog", e apresentava alguns "links" de interesse.
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    segunda-feira, abril 14, 2008

    Modernismos e cinema 2

    Léopold Survage (1879-1968), Rythme Coloré: estudo para filme , 1913, aguarela e tinta sobre papel, 33 x 30.7 cm, MoMA, Nova Iorque

    O cinema continua nos Cruzamentos: hoje, a partir das 21 horas, na sala do Departamento de Fotografia (a confirmar) do Ar.Co, na Rua de Santiago, nº 18. Em projecção video.

    O programa 2 do tema Modernismos e cinema será dedicado à Abstracção e Cinema - Pintura em Movimento, Música Visual.

    O "link" do parágrafo anterior permite o acesso a uma selecção de filmes (2007) que será semelhante à da aula de hoje.

    Deverá consultar-se a muita e variada informação disponível na internet sobre o assunto, de que a lista apresentada serve de curto exemplo:

  • A coleccção de aguarelas do russo radicado em França, Léopold Survage (Leopoldij Lvovich Sturzwage), no MoMA: material para um dos primeiros filmes abstractos.

  • O manifesto The Futurist Cinema, tradução inglesa do texto original de F. T. Marinetti, Bruno Corra, Emilio Settimelli, Arnaldo Ginna, Giacomo Balla, Remo Chiti (15 de Novembro de 1916). O texto de Bruno Corra, Abstract Cinema, Chromatic Music, de 1912, também em tradução inglesa, na página de Mathias Fuchs (Salford University). Bruno Corra (1892-1976) é, com Survage, um dos pioneiros do cinema abstracto: no início dos anos de 1910, pintou directamente sobre a película - Survage pretendeu filmar aguarelas, que se sucederiam, em movimento, ao serem apresentadas cinematograficamente.

  • O material da exposição Visual Music, que esteve patente no Hirshhorn Museum, de 23 de Junho a 11 de Setembro de 2005.

  • O excelente resumo e guia para uma exploração do tema na internet, Colour and Sound - Visual Music (2002), por Maura McDonnell.

  • No iotaCenter, The Absolute Film, um texto de William Moritz.

  • A colecção de textos sobre o tema, no Rythmic Light, em pdf.

  • Um exemplo contemporâneo, com uma voltinha perversa (é feito a partir de um filme pornográfico): Tone Poem, de Marc Kremers, 2005.

  • Anton Giulio Bragaglia (1890-1960), Thais, 1916 (fotograma). Cenários de Enrico Prampolini (1894-1956)

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    quinta-feira, abril 10, 2008

    Modernismos e cinema 1

    Georges Méliès, Le Voyage dans la Lune, 1902 (fotograma)

    Modernismos e cinema: programa 1

    1.1. Cinema e percepção:

    Georges Méliès, Un Homme de Têtes (1898)

    Edwin S. Porter, The Great Train Robbery , Edison Manufacturing Company (1903)

    D. W. Griffith, The Lonedale Operator (1911). A fita, plano a plano.

    D. W. Griffith, The Birth of a Nation (1915)

    Abel Gance, Napoléon (1927). Um excerto com a música original de Arthur Honegger (1892-1955) - e intertítulos em francês.

    Robert Wiene, Das Cabinet Des Doktor Caligari, 1920 (fotograma)

    1.2. Marcas expressionistas, cubistas e futuristas no cinema:

    Abel Gance, La Folie du Docteur Tube (1915)

    Robert Wiene, Das Cabinet Des Doktor Caligari (1920)

    Sergei Eisenstein, Броненосец Потемкин / O Couraçado Potiemkine (1925)

    Marcel l'Herbier, L'Inhumaine (1924). Ver, também, uma conferência sobre o filme.

    Charles Sheeler, Paul Strand, Manhatta (1921). Ver mais informação numa entrada anterior.

    Walter Ruttmann, Berlin: Sinfonie der Großstadt (1927)

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    quarta-feira, abril 09, 2008

    Cinema, hoje, no Ar.Co, às 21 horas

    Walter Ruttmann, Lichtspiel Opus I, 1921. Também na Ubuweb e na Medien Kunst Netz


    Cinema, hoje (9 de Abril), na sala do Departamento de Fotografia do Ar.Co (na Rua de Santiago, em Lisboa), a partir das 21 horas, em projecção video. Exemplos das marcas dos movimentos de vanguarda dos anos de 1910-20 no cinema experimental e comercial: expressionismo, cubismo, futurismo. Abstracção, movimento, simultaneidade, divergência, multiplicidade. Utopias, cidade, máquina. As relações entre cinema, pintura e música. Percepções do tempo e do espaço.

    Poderá ser útil a consulta das entradas anteriores:

  • "Espaço, tempo e cinema", para um enquadramento teórico muito esquemático e geral.

  • "Abstracção e cinema: pintura em movimento, música visual", onde se encontrará a lista das fitas visionadas no ano passado, segundo um programa muito semelhante ao que irá ser apresentado hoje.

  • Encontra-se-ão mais referências explorando a etiqueta "Cinema", na barra lateral.

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